Segundo constatou o Ikweli, em entrevistas nos principais mercados da capital provincial e noutros pontos de relevância comercial, os consumidores revelam queixarem-se menos no momento de comprar estes bens.
Nafiza, residente na cidade de Nampula, disse que a isenção do IVA tem impacto na sua vida, ainda que considere que os produtos continuam “ligeiramente caros, mas tal deve-se à conjuntura do mercado”. Acrescentou: “Eu só tenho a pedir que o Governo reduza ainda mais os preços, isto porque nem todas as pessoas têm condições de compra.”
Já Cristina Ussene, entrevistada no mercado grossista do Waresta, afirmou: “Os preços estão bons, não é como antes. Antigamente, 5 litros de óleo da cozinha eu comprava por 700,00Mt, mas agora está em torno de 520,00Mt. Na verdade, é uma redução satisfatória, assim eu consigo manter minimamente alimentos na minha casa, isto porque os preços dos produtos da primeira necessidade não estão puxados como antigamente.”
Opinião semelhante partilham os senhores Hélder Jaime e Adriano Moreira: “Os preços dos produtos alimentares já estão a baixar. Uma embalagem de açúcar de 1/20 custava 1700,00Mt, mas agora já está a andar nos 1500,00Mt. O sabão, também, baixou de preço, agora a barra custa 70,00Mt.”
Para Leonardo Cinquenta, comerciante no mercado do Waresta, “em termos dos preços, acho que estão a reduzir, mas com uma timidez, porque com a retirada do IVA os preços reduziram para alguns produtos. Por exemplo, o açúcar, uma embalagem custava 1700,00Mt e agora custa 1500,00Mt.”
Fátima Estêvão, igualmente comerciante no Waresta, detalha: “10 litros de óleo da cozinha, nos meses de Fevereiro e Março, custavam em torno de 1400,00Mt, agora custam 960,00Mt. O sabão que custava 700,00Mt, agora está a 570,00Mt. Açúcar, também, mesma coisa, antes custava o valor de 100,00Mt por quilograma, agora custa 80,00Mt.”
Outro dado que se destaca é a redução do preço do óleo em embalagens de 20 litros, que antes da isenção custava entre 2200,00Mt e 2300,00Mt, e que agora se encontra a cerca de 1800,00Mt.
Contudo, a população apela a uma maior fiscalização governamental. Adelino Jorge, residente na vila de Nampula, explicou: “Nem sempre as pessoas têm informação sobre a retirada do IVA no açúcar e outros produtos, então é preciso o Governo levar a sério a fiscalização, sobretudo nas zonas rurais.”
No mercado central, Abdul Denis aponta para outra preocupação: “O que o Governo deve fazer é de primeiro entrar nas grandes fábricas e pedir que os mesmos reduzam os valores dos produtos, para quando nós irmos fazer o levantamento dos produtos virmos vender a um preço acessível. Porque se os grandes armazéns não facilitam para nós, também não temos muitas opções no que diz respeito aos preços para os nossos clientes.” Abdul sublinha ainda que “seria bom que o Governo se organizasse com as fábricas, porque uns meses de isenção são bons, mas se acabar a vida volta a piorar.”
Assane Mussito, também comerciante no mercado Central de Nampula, confirma a tendência de queda de preços: “Por exemplo, este pacotinho de açúcar de 0.5Kg a gente vendia por 55,00Mt, mas com a retirada do IVA passamos a vender por 45,00Mt.”
Em suma, a isenção do IVA no açúcar, óleos vegetais e sabão trouxe um alívio notório às famílias e comerciantes de Nampula. Porém, para que este benefício tenha efeitos duradouros, será necessária uma maior coordenação entre o Governo, as fábricas e os revendedores, garantindo preços mais estáveis e acessíveis a toda a população. Muitos defendem ainda a manutenção da isenção, de modo a evitar que, findo o prazo, a vida volte a piorar para as famílias de menores rendimentos. (Redação)
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